A minha mãe sempre fez pão e sempre me pareceu um processo bastante complexo. Tenho sempre aquela visão desgastante de a ver agarrada à bacia de barro onde mistura os ingredientes para fazer a massa e num qualquer espécie de ataque de raiva, ali fica durante bastante tempo, ao murro e ao soco à massa e só consegue parar quando toda ela escorre em suor. Não há dúvida que o pão dela é maravilhoso, mas por achar a tarefa desgastante demais e por pensar que não tinha pulsos para tanta porrada, nunca me tinha aventurado.
Mas como em quase tudo na minha vida, há um dia que acordo e apercebo-me que comigo também acordou mais qualquer coisa… uma vontade nova dentro de mim!
Ontem, acordei com vontade de fazer pão pela primeira vez. Acordei a sentir-me padeira eu sei lá… Fui treinar. Podia passar-me a vontade depois de umas horas no ginásio. Não passou. A vontade tinha mesmo se instalado.
Queria fazer pão 100% integral. Um pão saudável, mas rico e saboroso. Investiguei uma série de receitas e compus a minha. ☺️
E lá me aventurei com a total certeza que só existiam duas hipóteses. Ou surpreendentemente lá me safava e fazia um excelente pão para a semana que se avizinha, ou até me entretinha umas horas, ficava com uma bela história para contar, mas infelizmente com um final trágico.
Arrisquei!
- 500 gramas de farinha integral
- 12 gramas de fermento biológico
- 1 colher de sopa de mel (usei mel de urze biológico)
- 1 colher de chá mal medida de sal
- 1 colher de sopa de tahine (feita por mim, logo, também 100% orgânica)
- 1 colher de sopa de azeite extra virgem de boa qualidade
- 500 ml de água morna
- Sementes de sésamo pretas
Numa bacia grande juntei os ingredientes secos e misturei bem.
Num copo grande misturei os outros ingredientes com a água morna e envolvi bem.
Depois fui deitando a água aos poucos na farinha e amassando até formar a massa.
Amassei bem. Mas nada que se assemelhe à luta da minha mãe.
Quando fiquei satisfeita com o aspeto da massa, tapei-a com um pano lavado e deixei-a descansar por uma hora até dobrar quase o tamanho. (levedar)
Depois pré aqueci o forno a 220 graus enquanto parti a massa em dois e fiz dois pães, que coloquei num tabuleiro forrado com papel de alumínio e peneirado com farinha.
Para terminar, decorei com umas sementes de sésamo pretas.
Baixei a temperatura para os 200 graus e coloquei o tabuleiro dentro do forno e pensei…
Agora já não está nas minhas mãos.
30 minutos.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac ⏰
30 minutos longoooooooooos
E plim plam plum
A minha alegria era gigante quando os retirei do forno e vi este aspeto maravilhoso. Só faltava uma coisa (crucial por sinal) para a minha alegria não acabar. Perceber como estava o miolo e sentir o seu sabor. Não resisti e ataquei um dos pães, ainda bem quente. Cortei com as mãos porque a minha mãe sempre me disse que, não se coloca uma faca no pão quente. E eu não queria fazer nada que pudesse comprometer este milagre acabado que acontecer na minha cozinha.
Pois é. A alegria não só se intensificou como fiquei até bastante orgulhosa. O pão estava delicioso. A minha primeira fornada foi um verdadeiro sucesso. Crosta estaladiça como eu gosto e miolo fofo, mas estruturado e rico. O sabor é incrível e o cheiro divinal.
Só não comi o pão todo, porque o pão integral é muito, mas muito mais substancial que os brancos e rapidamente me senti saciada. Não. Desculpem. Senti-me a rebolar.
Quando arrefeceu cortei o restante pão (agora com uma faca de serrilha) e coloquei num saco para ir para o congelador.
Agora já tenho pão saudável, sem excesso de sal e sem açúcar, integral e monstruosamente saboroso para a semana toda! 🤗
E não sei se já vos disse, mas ficou tãooooooooooo gostosinhoooo! 😄😍😋
Mdss que pães lindos! Só como pão caseiro, são muito mais saudáveis 😉
GostarLiked by 1 person
Obrigada, Bruna 😄 e são deliciosos!!!! 🙌🏽💘
GostarLiked by 1 person
Sem dúvidas! Minha mãe sempre faz, fica muito bom mesmo 😀
GostarLiked by 1 person
😊😊
GostarLiked by 1 person