Se há prazer que tenho é puxar por este corpinho. Mesmo quando parece que não tenho vontade, é só começar a suar que sinto logo a adrenalina a invadir todos os poros do meu corpo. Aquele fervilhar nas veias, aquele formigueiro a subir-me pelas pernas, o coração começa a bater, a bater, a bater, parece que fica maior que a caixa e de repente, rebenta no centro do meu peito. Instala-se por completo a alegria em toda aquela massa física, que é o meu corpo. Aliado a este estado, quando alguém durante 50 minutos nos grita:

Quero mais!

Uiiii, se “quer mais” só pode ser bom!

Aguentaaaaaa! Desce tudo!

E com estas simples frases, mas absolutamente visuais, rapidamente a minha mente começa a desenhar um quadro. Quadro esse, capaz de se transformar em poucos segundos, num espectáculo cheio de cores, movimentos, cheiros, sons e vibrações.

Abre mais as pernas! Esses glúteos apertados!

Impossível não continuar a criar, a deixar fluir a minha mente. Permitir sem censuras, sem julgamentos que ela desenhe, represente, construa cenários, ao som daquelas frases, tão simples, mas tão incentivadoras da libertação da arte que vive dentro de mim.

Quero mais. Tem de doeeerrrr! Ainda não acabou…

Porque sempre ouvi dizer, que só com muito esforço e numa entrega total, se constroem as grandes obras!