Ainda não era meio-dia e já se sentia uma certa energia no ar. Os preparativos daquela que viria a ser a grande alegria de muitos seria também, a grande tristeza de outros…
Confesso-vos que quase às 19H00 fui assaltada de pânico. Já me encontrava em casa e tive medo de olhar lá para fora. De um momento para o outro, tinha rebentado a 3ª Guerra Mundial, mesmo ali! Passados uns escassos minutos daquela que eu pensava vir a ser a grande batalha deste século, começam a chegar por todos os lados, por todas as estradas, carros e carros que apitavam, apitavam… Apitavammmmm!!
Primeiro pensei que se tratava apenas de um casamento, mas após aproximadamente uma meia hora, concluí que deveria tratar-se certamente das noivas de Santo António… Por mais convidados que um casamento possa ter, não é possível, passados 30 minutos consecutivos eu continuar a ouvi-lo passar, pois não?!
Mas muitos mais minutos passaram. Arrisco-me a dizer até, talvez mais uma a duas horas passaram e o som ensurdecedor das buzinas permanecia. Foi então que tive a certeza que uma qualquer agência de casamentos, daquelas super modernas, tinha acabado de inventar o “itinerário de buzinas felizes”. Com tantos LOVERS que surgiram nos últimos anos, eu aposto que na lista de opções de casamentos dessa agência, nasceu o “Buzinas Lovers”. E já é um sucesso!!
O mais engraçado de tudo, e de facto, há coincidências estranhas, disso não tenho dúvidas; no mesmo dia em que passo pela experiência de estar no centro do despoletar de uma grande batalha, descubro também que naquela mesma rua, que por acaso é a minha, também passou a existir um itinerário do “Buzinas Lovers”!
Oh pá, de certeza que a minha casa valorizou e muito, só desde ontem para hoje.
Anoiteceu e quando eu senti que precisava de uma boa noite de sono para acalmar todos os ânimos deste Domingo louco, quando estava eu, leve e sonhadora, deitada na minha calorosa e prazerosa cama… PAPUUUUUUUMMMM!!
Se estava preste a adormecer, acordo de um salto. Ainda meio atordoada penso no que raio o meu vizinho de cima andaria a fazer, para àquelas horas se encontrar a derrubar os móveis de sua casa…
Mas os PAPUUUMMMMMMM tornaram-se simultâneos, ouviam-se pessoas a gritar, motores de mota a queimar, pneus a chiar…. Tambores a bater… E lá consegui aperceber-me que o som vinha uma vez mais da minha rua… Mas que “Rua” a minha!
Ia tudo recomeçar!
Hoje chego ao trabalho com uma vontade imensa de partilhar o quanto a minha Rua se tornou nobre…
E esta maltinha só falava de futebol!
Pfffffffff…